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Brasil conquista vaga olímpica no hipismo adestramento com bronze por equipe

Equipe do Adestramento no pódio: vaga olímpica herdada com o ouro dos americanos. (Foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

A seleção masculina brasileira de hipismo adestramento entrou na arena dos Jogos Pan-Americanos de Lima nesta segunda-feira (29.07) com uma meta clara: manter a terceira colocação por equipe conquistada no primeiro dia de competições e garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O passaporte veio com o bronze confirmado com a pontuação de 204.223%. O Canadá foi ouro, com 220.287%, e os Estados Unidos ficaram com a prata, com 217.821.

No Pan de Lima, os dois primeiros países classificados por equipe no adestramento carimbariam o passaporte para o maior evento esportivo do planeta. Mas, como os Estados Unidos confirmaram vaga na competição ainda em 2018, nos Jogos Equestres Mundiais de Tryon, o bronze no Pan também valeu como classificatória.

“A gente veio para buscar essa medalha. Viemos seguros. A equipe está madura. Os meninos se comportaram bem. Foram responsáveis e esforçados. Os cinco que vieram estavam bem. Foi difícil escolher quem ficava na reserva. Foi uma decisão estratégica”, comemorou a chefe de equipe, Sandra Smith. O atleta Mauro Pereira Junior foi o reserva da equipe.

O adversário direto do Brasil pela vaga olímpica era o México, que ontem fechou em quarto lugar com 202.246%, contra 204.473% do Brasil. A equipe brasileira entrou na pista pela manhã no Club Hípico Militar, em La Molina, já com os principais nomes da modalidade.

O cavaleiro João Paulo dos Santos, montando o Carthago Comando, foi o melhor na pista, marcando 69.265%. “Fiz uma prova boa. Esperava uma nota melhor, mas os juízes estão firmes com todos”, disse. O atleta de Rancharia, SP, que em abril último completou 36 anos, também foi decisivo na primeira rodada da competição, registrando 69.029%. “Fiz uma prova limpa e correta”, definiu.

O sinal amarelo acendeu com o atleta João Victor Oliva, considerado hoje o principal nome do hipismo adestramento do Brasil, que não teve um bom desempenho na arena. “Ontem fui super bem e hoje vinha fazendo uma prova linda com esse cavalo [Biso das Lezirias]. Mas arrisquei para pontuar mais e em uma transição o cavalo não caía para o trote. Eu tentei e passou do ponto”, lamentou o cavaleiro, que marcou 66.618% no domingo e de 65.147% nesta segunda-feira.

O jovem, de 23 anos, começou a montar aos três anos no rancho dos pais em Araçoiaba da Serra-SP. Aos 12 anos, João Victor estreou nas pistas inspirado em Rogério Silva Clementino, então funcionário da coudelaria e primeiro negro a integrar uma equipe olímpica da modalidade. No currículo, Oliva já contabiliza títulos como campeão Sul-Americano individual e por equipe (Odersul/Chile 2014); melhor atleta da equipe brasileira nos Jogos Equestres Mundiais da Normandia, na França, em 2014 e pentacampeão brasileiro (Amador em 2008, Mirim em 2009, Junior em 2010 e 2011, Young Riders em 2012), por exemplo.

Bronze por equipe na última edição do Pan-Americano, realizada em Toronto, ao lado de João Paulo dos Santos e de Leandro Aparecido da Silva, Oliva vê nos Jogos Pan-Americanos um campeonato estratégico para amadurecimento do treino. “O Pan já tem sua importância por ser um grande campeonato, mas também é uma grande preparação para os Jogos Olímpicos. Levarei muitos aprendizados”, disse.

Ainda para o atleta, que herdou a paixão pelo esporte do pai, o empresário Victor Oliva, e o gosto pela disciplina, dedicação aos treinos e comportamento esportivo da mãe, a ex-atleta e ícone do basquete, Hortência Marcari, o pódio no Pan é resultado do trabalho em grupo.

“Uma equipe serve pra isso: quando um vai mal, os outros têm que ir bem. A gente se ajuda muito. A equipe está unida. O grupo é top”, elogiou o atleta, que é apoiado pelo Bolsa Atleta e integra o Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) das Forças Armadas.

Consistência

Os dois cavaleiros que entraram na pista à tarde conseguiram segurar a vaga olímpica. O conjunto Leandro Aparecido da Silva/Dicaprio somou 66.383%. Ontem, a marca do atleta que integrou a seleção brasileira nos Jogos de Pequim 2008 e foi ouro no Sul-americano do Chile 2014 por equipe e na disputa individual foi de 68.826% – pontuação que também garantiu índice para os Jogos Olímpicos.

Já Pedro Tavares de Almeida/Aoleo, que ontem marcou 66.326% no Grand Prix e teve um bônus de 1.5% por ser de grau de dificuldade maior, fechou a participação brasileira com 65.660. O campeão Brasileiro Sênior Top 2015 e vice-campeão em 2017 também defendeu o Brasil nos Jogos Rio 2016.

“Agora nossa meta é, até 31 de dezembro, ter três atletas classificados com índice. Depois temos até 1º de junho de 2020 para classificar mais atletas para poder escolher e fazer uma seleção”, antecipou Smith. “Vamos tentar qualificar uma boa equipe para representar bem o Brasil como a gente fez aqui”, completou Oliva.

O hipismo brasileiro soma 27 medalhas em Pan-americanos, considerando-se as conquistas por equipe e individuais das três modalidades: seis de ouro, sete de prata e 14 de bronze
Mais desafios na semana

Além do bronze, os brasileiros garantiram vaga para as disputas individuais que serão realizadas na próxima quarta-feira (31.07). A competição terá as provas de freestyle – prova com coreografia livre e música – intermediária I (Small Tour) e GP Special (Big Tour). Competirão pelo Brasil os cavaleiros João Paulo, João Victor e Leandro Aparecido.

Desempenho em Pans

Essa é 17ª participação brasileira na competição. O hipismo brasileiro soma 27 medalhas em Pan-americanos, considerando-se as conquistas por equipe e individuais das três modalidades: seis de ouro, sete de prata e 14 de bronze. O salto tem 13 (8 por equipe), CCE soma oito (seis por equipe) e o adestramento seis (cinco por equipe).

No adestramento, a primeira participação do Brasil foi em 1963, em São Paulo. Em 1975 no México, o país conquistou o primeiro bronze por equipes. Em 1983, em Caracas, Venezuela, além do segundo bronze por equipe, o português radicado no Brasil Orlando Facada montando Premiado também conquistou bronze, sendo, até o momento, a única medalha individual do adestramento em Pan.

A terceira medalha por equipes foi conquistada nos Jogos do Rio 2007 com o bronze, a quarta em 2015 em Toronto, quando o Brasil conquistou o bronze as melhores notas individuais no Freestyle, a prova que definiu o pódio individual, e q quinta em Lima 2019, com mais um bronze.

Calendário

A segunda modalidade do hipismo em pista será o CCE, com provas de 2 a 4 de agosto. Os saltos encerram as competições da modalidade, com disputas de 6 a 9 de agosto. As provas também serão realizadas no Club Hípico Militar de La Molina, situado em uma área de 27 hectares. A instalação inclui três arenas para adestramento e salto, além de pistas de aquecimento e treinamento e um percurso de cross country.

Essa é 17ª participação brasileira na competição. O hipismo brasileiro soma 26 medalhas em Pan-americanos, considerando-se as conquistas por equipe e individuais das três modalidades: seis de ouro, sete de prata e 13 de bronze. O salto tem 13 (8 por equipe), CCE soma oito (seis por equipe) e o adestramento cinco (quatro por equipe).

Em Lima, as três primeiras equipes classificadas no salto carimbam o passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Já no CCE, as duas primeiras classificadas tem vaga garantida para as Olimpíadas. No entanto, caso os Estados Unidos conquistem medalha no salto, abre-se mais uma vaga para o país, uma vez que os norte-americanos já asseguraram presença em Tóquio.

Apoio

Dos 15 atletas brasileiros em Lima, quatro são apoiados pelo Programa Bolsa Atleta, num investimento anual de R$ 122,7 mil. Atualmente, 24 atletas são contemplados pelo programa. O investimento anual é de R$ 567,9 mil. “O Bolsa Atleta é muito importante para o esporte brasileiro. O programa ajuda muitos atletas e incentiva a focar um pouco mais no esporte em vez de se preocupar em saber como vou pôr comida na mesa”, destacou João Victor Oliva, contemplado na categoria Olímpica.

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