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Tartaruga é devolvida ao mar após recuperação no projeto Tamar em Ubatuba

Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) foi devolvida ao mar. (Foto: Tamar)

O Projeto Tamar de Ubatuba (SP) devolveu ao mar uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) no último dia 21 de setembro. A espécie, considerada ameaçada de extinção segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (sigla em inglês IUCN), foi resgatada no dia 18 de julho de 2018 pela equipe do Programa de Monitoramento de Praias – PMP (Instituto Argonauta para a Conservação Marinha) na praia de Maresias, município de São Sebastião, e trazida para o Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas do Tamar, em Ubatuba. O animal de mais de 53kg foi encontrado boiando, e logo que atendida pelos veterinários do Tamar, foi observada a presença de uma linha de nylon saindo pela cloaca.

Durante o período em que a tartaruga ficou em tratamento, foram realizados exames e na radiografia constatou-se a presença de um anzol com linha de nylon no esôfago. Como ela encontrava-se debilitada, a equipe de veterinários realizou uma transfusão de sangue para a estabilização da saúde da tartaruga, e só depois o animal foi submetido ao procedimento cirúrgico para o corte da linha de nylon e a retirada do anzol do esôfago.

A tartaruga cabeçuda apresentou uma ótima recuperação pós cirúrgica. No dia 22 de julho foi colocado na água, mostrando bons reflexos, movimentos respiratórios normais e recebendo uma dieta de filé de peixe e polvo. No dia 3 de agosto, o animal defecou a linha de nylon e a partir daí passou a se alimentar de forma espontânea e em quantidades satisfatórias, melhorando suas condições clínicas a cada dia. Segundo a médica veterinária do Tamar, Daniela Costa, “casos assim de ingestão de anzóis de pesca podem levar as tartarugas marinhas a óbito se não tratados com urgência”.

Após se recuperar, a devolução da tartaruga ao mar foi planejada numa ação conjunta entre o Tamar e a equipe do PMP. Uma lancha levou as equipes e a tartaruga até uma região de mar aberto, distante das redes costeiras, a leste do município de Ilhabela. Foi um momento emocionante, principalmente para as pessoas que participaram desde o resgate até as fases da reabilitação da tartaruga. Após mergulhar, o animal nadou em direção ao azul do mar, enquanto todos na lancha se despediam e desejavam vida longa à jovem tartaruga-cabeçuda.

No Estado de São Paulo, o TAMAR iniciou suas atividades em 1990, com a instalação da Base de Pesquisa e Conservação de Ubatuba, onde o apoio voluntário dos pescadores no resgate e salvamento de tartarugas capturadas incidentalmente nas redes de pesca é crucial para o desenvolvimento do trabalho.

O litoral de Ubatuba apresenta grande ocorrência de tartarugas marinhas juvenis, que têm a região como importante área de alimentação, especialmente a tartaruga-verde (Chelonia mydas). Sendo a pesca a segunda maior atividade econômica do município de Ubatuba, é elevada incidência de captura incidental dessa espécie em redes de pesca.

Desde o início, o Tamar Ubatuba já registrou mais de 16.900 ocorrências de tartarugas marinhas, e foram devolvidas vivas ao mar 12.660 tartarugas capturadas incidentalmente em redes ou reabilitadas após serem encontradas doentes, feridas ou debilitadas.

O Projeto TAMAR começou em 1980 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. A Petrobras é a patrocinadora oficial do TAMAR, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. A Fundação Pró-TAMAR é a principal executora das ações do PAN – Plano Nacional de Ação para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA. O TAMAR trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 26 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Em Ubatuba, recebe o apoio da Prefeitura Municipal.

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