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Exposição mistura hiper-realismo e fantástico e desperta emoções contraditórias

A escultura Big Mother, parte da exposição ComCiência, no CCBB - Brasília, da artista plástica. (Foto: Patricia PiccininiElza Fiúza/Agência Brasil)
A escultura Big Mother, parte da exposição ComCiência, no CCBB – Brasília, da artista plástica. (Foto: Patricia PiccininiElza Fiúza/Agência Brasil)

Estranhamento. Doçura. Medo. Curiosidade. Estes são apenas alguns dos sentimentos que os seres criados pela artista australiana Patricia Piccinini inspiram nos visitantes da exposição ComCiência, aberta para visitação no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.

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As figuras criadas pela artista transitam entre o grotesco e o hiper-real. Inspirada nas pesquisas de biotecnologia e engenharia genética, Patrícia criou seres surreais, que misturam características humanas e animalescas.

As criaturas, que poderiam ter saído de filmes de ficção científica, atraem o público por sua capacidade ambígua de provocar repulsa e empatia. Em uma das obras de maior impacto, um ser que se assemelha a um leão marinho geneticamente modificado repousa suavemente no colo de um menino. As duas figuras parecem estar em perfeita harmonia, como se não houvesse estranhamento entre elas.

Pedro Neves Uchôa, 7 anos, uma das muitas crianças entre os visitantes, disse que achou a mostra muito legal. “Mas tem alguns [seres] que são feios e nojentos”. A obra que ele mais gostou foi a Big Mother, uma figura agigantada, que se assemelha a uma macaca e amamenta um bebê.

As irmãs Yolanda Sganzerla Raphael, 88 anos, e Enaura Sganzerla, 80 anos foram juntas à exposição. Yolanda disse que ficou impressionada com a perfeição das criaturas. Ao ver The Observer, obra que mostra um curioso menino observando o mundo do alto de uma pilha inclinada de cadeiras, ela disse que tomou um susto. “Achei que era mesmo uma criança”, contou.

A publicitária Natália Sampaio, 38 anos, disse que ficou surpresa com a textura das esculturas. “Impressionante o tanto que é parecido com a pele humana, o cabelo, a expressão, o olhar. O tanto que ela te leva para o carinho, para o amor, para o fraternal. E, ao mesmo tempo, como ela te dá repulsa”, comparou.

Além das criaturas surreais, Patricia Piccinini cria também esculturas de motocicletas que parecem ter emoções, que estimulam o público a se perguntar se um dia máquinas dotadas de sentimento não precisarão mais dos humanos.

A artista utiliza silicone, pelos, fibra de vidro, cabelos humanos, animais taxidermizados, aço e couro, entre outros materiais.

Visitação
Com curadoria de Marcello Dantas, a exposição já passou por São Paulo e fica em Brasília até o dia 4 de abril. É a primeira vez que a artista expõe no Brasil.

O trabalho, que vai além das estranhas figuras, tem fotos, vídeos e desenhos, pode ser visitado no CCBB de Brasília de quarta a segunda, das 9h às 21h, com entrada gratuita

Hoje (23), Patricia dará uma palestra aberta ao público, às 19h30, no teatro do CCBB. Um gigantesco balão na forma de um híbrido entre uma baleia e uma tartaruga, intitulado de Skywhale, estará exposto nos jardins do centro cultural ao longo do dia.

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