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Porta da Misericórdia do Santuário Nacional será aberta em Aparecida

Portal Santa no Santuário de Aparecida. (Foto: Matheus Andrade/Santuário Nacional)
Portal Santa no Santuário de Aparecida. (Foto: Matheus Andrade/Santuário Nacional)

Uma celebração neste domingo (13) marcada para às 7h30 oficializa a abertura da Porta da Misericórdia no Santuário Nacional. Esta solene celebração deseja introduzir os fiéis no mistério de Deus, rico de misericórdia e de compaixão, revelado e realizado em Cristo, rosto da misericórdia do Pai (MV, 1) e continuamente feito atuante pelo dom do Espírito. A cerimônia será presidida pelo Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno Assis.

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Na última terça-feira (08), o Papa Francisco realizou a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma, dando início ao Ano Santo Extraordinário do Jubileu da Misericórdia. No próximo domingo (13), será a vez do Santuário Nacional, em comunhão com todas as dioceses do mundo realizar a abertura da Porta da Misericórdia.

O rito, que ocorre desde o ano de 1423 nas Basílicas Maiores de Roma, acontece pela primeira vez fora da Cidade Eterna, e marca o 26º Ano Jubilar realizado pela Igreja Católica ao longo de sua história.

Para marcar o início deste Ano, o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, organismo da Cúria Romana responsável pelo Jubileu, seguindo a determinação do Papa, expressa na bula Misericordiae Vultus, publicou com auxílio da Congregação para o Culto Divino, um rito similar ao utilizado em Roma para que cada Diocese possa realizar a abertura da Porta da Misericórdia. Deste modo, o Santo Padre permite que os fiéis participem, ainda que de forma simbólica, da inauguração do Ano Jubilar. “Cada Igreja particular estará diretamente comprometida a viver este Ano Santo como um momento extraordinário de graça e de renovação espiritual. O Jubileu, portanto, será celebrado em Roma assim como nas Igrejas particulares como sinal visível da comunhão de toda a Igreja” (MV, 3), salientou o Pontífice.

Particularidades do Rito – O ritual acontece no 3º domingo do Advento, data em que a liturgia católica celebra o domingo “gaudete” (ou da alegria). Ao instituir esta data para a abertura da Porta, o papa deseja recordar aos fiéis que é da Misericórdia Divina que provém a alegria do cristão. Esta celebração é dividida em cinco momentos: os ritos iniciais da Abertura da Porta, a “statio” (ver explicação abaixo), a abertura da Porta e a entrada na Basílica, a memória do Batismo e a celebração da Eucaristia.

Os ritos se iniciam fora da igreja que abrigará a Porta com orações de louvores a Deus, seguida de uma breve explicação sobre a celebração. Logo após, são proclamados os primeiros versículos do capítulo 7 do Evangelho de Lucas. Esta narrativa aborda a alegria celeste na conversão de um pecador. Terminado o Evangelho, é lido um trecho da bula Misericordiae Vultus e se inicia a “statio “, uma procissão que acontece desde os primeiros séculos da Igreja, sobretudo em Roma, nas grandes solenidades. Esta consiste em uma caminhada de uma igreja ou ponto pré-definido, em direção ao templo principal, a “estação final” onde será celebrada a missa. Durante a caminhada se entoam salmos, a ladainha dos santos e cânticos de louvor a Deus.

Esta pequena procissão tem caráter de peregrinação, “sinal peculiar do Ano Santo, porque ícone do caminho que toda pessoa realiza na sua existência (MV, 14). Isso recorda o fato de que “também a misericórdia é uma meta para alcançar e que requer empenho e sacrifício”. Vai à frente dela, com destaque, o Livro dos Evangelhos, sinal de Cristo que caminha à frente do seu povo, e da sua Palavra, que é luz e guia para os seus discípulos.

No átrio da igreja, diante da Porta, símbolo do Cristo (Jo 10,9), aquele que preside a celebração invoca sua abertura com as palavras do salmo 118, que se refere à porta do coração misericordioso de Deus, mostrado no lado aberto de Cristo na cruz. Auxiliado por dois sacerdotes, aquele que preside a celebração empurra a Porta e para em seu limiar antes de atravessá-la, mostrando a todos o Evangeliário, enquanto se canta a antífona extraída do décimo capítulo do Evangelho de João.

O presidente da celebração entra pela Porta, seguido do clero e dos fiéis, de forma a representar a entrada de todo o povo no mistério de Cristo que se realizará por meio da Eucaristia.

Estando todos dentro do templo, acontece a aspersão, momento que rememora o Batismo, “primeiro sacramento da Nova Aliança, na força do qual os homens, aderindo na fé a Cristo Senhor, recebem o Espírito de adoção de filhos. Eles são chamados e são verdadeiramente filhos de Deus. Unidos a Cristo com uma morte e uma ressurreição semelhante à sua, tornam-se parte de seu corpo; marcados pela unção do Espírito, tornam-se templo santo de Deus, membros da Igreja, raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo de Deus conquistado” (RB). Esta aspersão “substitui” o tradicional ato penitencial, e é utilizado, sobretudo aos domingos e solenidades, conforme instrução do Missal Romano, livro que “guia” as celebrações da Igreja Católica (IGMR, 52).

A missa procede como de costume até o final. Antes da bênção solene, são anunciadas as igrejas nos quais será aberta uma Porta da Misericórdia. Nestas igrejas, os fiéis podem receber as indulgências do Ano da Misericórdia.

Antes, porém do término da celebração, será executado o canto do “Salve Regina”, ou Salve-Rainha. Esta oração mariana nasceu no século XI e é composta por quatro antífonas. Nela, os fiéis saúdam Maria como “Mãe de misericórdia”.

Para o Cardeal Arcebispo de Aparecida, tanto a Porta da Misericórdia como as cerimônias propostas para o Ano Jubilar têm um fim único, Jesus Cristo. “A Porta Santa tem na verdade um valor simbólico, pois a verdadeira porta é Cristo. Ele é o caminho, a verdade e a vida, e é por Ele que chegamos a Deus Pai Misericordioso”. O prelado ainda ressalta que não basta cruzar o limiar da Porta, é preciso também realizar uma verdadeira conversão de vida. “Aquele que passar pela Porta Santa deve fazê-lo em espírito de conversão, de mudança de vida. Ao entrar na igreja, o fiel poderá experimentar realmente o amor infinito de Deus para conosco, que se manifestou na vida de Jesus Cristo, porta de salvação que nos leva ao Pai.”, declarou Damasceno.

A cerimônia terá início às 7h30 no átrio do Santuário Nacional no próximo domingo. Na Arquidiocese de Aparecida também será aberta a Porta da Catedral de Santo Antônio, em Guaratinguetá durante a celebração das 18h.

Siglas:
IGMR = Instrução Geral do Missal Romano
MV = Bula De Proclamação Do Jubileu Extraordinário Da Misericórdia Misericordiae Vultus
RB = Ritual de Bênçãos

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