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Exposição fotográfica “As Donas da Bola” valoriza as mulheres no futebol

As 42 imagens expostas no Museu do Futebol contam histórias sobre mulheres que são íntimas da bola e do futebol. (Foto: PABLO DE SOUSA FOTOGRAFIA)
As 42 imagens expostas no Museu do Futebol contam histórias sobre mulheres que são íntimas da bola e do futebol. (Foto: PABLO DE SOUSA FOTOGRAFIA)
A exposição fotográfica “As Donas da Bola” é uma iniciativa de 11 fotógrafas que percorreram o Brasil em busca de mulheres que jogam bola, profissionalmente, ou por diversão. As 42 imagens expostas no Museu do Futebol, na capital paulista, contam histórias sobre mulheres que são íntimas da bola e do futebol.

“Têm torcedoras apaixonadas, jogadoras, técnicas que atuam em times masculinos aqui na várzea de São Paulo, tem futebol indígena, futebol quilombola, enfim, uma variedade de experiências de futebol com mulheres”, disse Aira Bonfim, pesquisadora do museu.

O Museu do Futebol, desde o início do ano, levantou a bandeira da participação das mulheres no futebol. No ano passado, aconteceu a Copa do Mundo do futebol masculino, que teve destaque na mídia e entre os torcedores. “Esse ano, tínhamos a Copa do Mundo feminina e nada foi pensado e dito a respeito disso. Então queríamos olhar com mais carinho para a modalidade, para o futebol feminino”, disse.

As imagens revelam cotidianos diversos, como o de mulheres quilombolas de Pernambuco, retratadas por Ana Araújo; os Jogos Olímpicos Indígenas em Cuiabá (MT), por Nair Benedicto; e o universo do futebol de várzea paulistano por Marlene Bergamo. A mostra traz ainda fotos de Luludi Melo, Bel Pedrosa, Eliária Andrade, Marcia Zoet, Monica Zarattini, Luciana Whitaker, Ana Carolina Fernandes e Evelyn Ruman, que retratam torcedoras, jogadoras nas periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras.

“O meu tema foi a inclusão social por meio do futebol. Então, percorri algumas comunidades aqui de São Paulo, ali perto da [antiga] avenida Águas Espraiadas, [atual Avenida Jornalista Roberto Marinho], também o [bairro] M’Boi Mirim e duas comunidades do Rio de Janeiro, que foram no Alemão e na Cidade de Deus”, contou a fotógrafa Marcia Zoet.

Ela ressaltou que “nessas comunidades, as meninas estão muito organizadas. Uma surpresa que tive foi quando duas meninas lá do M’Boi Mirim pegavam um ônibus, se despencavam aqui para a [antiga] avenida Águas Espraiadas para treinar durantes duas horas e meia, três horas, eram extremamente empenhadas no futebol. Cada dia tem mais mulheres jogando bola, mais mulheres chefes de torcida e elas tem que ser valorizadas”.

O que também surpreendeu a fotógrafa foi que o futebol para essas mulheres tornou-se uma referência para a vida profissional. “Algumas foram fazer fisioterapia, educação física, começaram a se profissionalizar não só no futebol, mas em profissões ligadas ao esporte. Eu achei bacana isso,” disse Zoet.

A exposição é uma nova versão do que foi apresentado no Centro Cultural São Paulo em 2014. No Museu do Futebol, o projeto ganhou um novo sentido em 2015. “Foi um ano importante para a visibilidade do futebol feminino. Esse foi o nosso tema prioritário e encerramos o ano com chave de ouro. O material é rico para desmitificar a ideia de que mulher não joga bola no seu cotidiano”, avaliou Daniela Alfonsi, diretora técnica do Museu do Futebol.

A fotógrafa Marcia Zoet destacou que “a parceria com o Museu do Futebol foi bacana, porque entramos no acervo digital deles e agora é para sempre, está lá para pesquisa e para consultas. Podemos divulgar o futebol feminino para o resto do mundo. Como as fotos estarão nesse acervo permanente podemos contribuir para a valorização [do futebol feminino].

O museu reuniu itens para seu acervo digital e para a biblioteca do Centro de Referência do Futebol Brasileiro, o que tornou o Museu do Futebol na instituição com o maior acervo sobre futebol feminino no país, com acesso público e gratuito. “Temos esse compromisso de educar principalmente o público mais novo que começa a se perguntar ‘por que será que a mulher é tratada assim com distanciamento da prática esportiva?’ Isso não tem nada a ver com o nosso sexo, tem a ver com uma construção cultural que tivemos”, disse Aira Bonfim.

Além da exposição no museu, o público poderá acessar uma pesquisa aprofundada sobre as fotógrafas e suas imagens expostas no site da instituição. “Tem pesquisa sobre futebol feminino indígena, futebol quilombola, sobre o futebol do Futlama, que acontece lá em Macapá com a baixa [das águas] do Rio Amazonas e várias experiências diferentes”, explicou a pesquisadora.

A exposição estará no Museu do Futebol até 3 de abril. A entrada custa R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia.

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