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São José: Hospital Municipal adota terapia com cães para crianças internadas

O projeto não ocorre de forma indiscriminada. A primeira regra é a criança querer e gostar de cachorro, além de não ter medo. (Foto: Charles de Moura/PMSJC)
O projeto não ocorre de forma indiscriminada. A primeira regra é a criança querer e gostar de cachorro, além de não ter medo. (Foto: Charles de Moura/PMSJC)

Uma novidade vem criando uma movimentação especial nas tardes de sexta-feira na ala pediátrica do Hospital Municipal (HM) em São José dos Campos  e deixando muito mais felizes as crianças ali internadas. Trata-se de uma modalidade de terapia assistida que utiliza a presença de animais domésticos como complemento no tratamento na pediatria.

O projeto “Meu Cão Amigo” implantado pela direção do hospital começou de maneira experimental e agora faz parte da rotina do HM. A iniciativa é da equipe de humanização do hospital que apostou na ideia para deixar o ambiente mais leve e alegre, ajudando assim no tratamento das crianças.

A coordenadora de enfermagem do HM, Renata Mantovani, afirma que o projeto foi muito bem aceito pelos pacientes, pais e por toda a equipe de profissionais. Segundo ela, embora o hospital ainda não consiga atestar o benefício da terapia com cães, por conta do pouco tempo de implantação, há estudos baseados em iniciativas semelhantes comprovando que o contato com os animais contribui para a diminuição do tempo de internação.

“Criança quando brinca não sofre, não chora. O objetivo é isso: chamar a atenção da criança para uma outra coisa que não seja aquilo que ela está vivenciando, aquele momento de dor, de tristeza. O resultado disso, só pode ser positivo”, disse.

A psicopedagoga Verônica Lessa Mendes Júlio explica que o projeto é inspirado em uma iniciativa do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que permite que os pacientes recebam visita de seus animais de estimação.

“Adaptamos o projeto para nossa realidade e encontramos cães adestrados e dóceis, que não tinham problema no contato com crianças e estão em boas condições higiênicas e vacinados. Esses animais receberam até um crachá. Afinal, são uma espécie de funcionários voluntários do hospital, com a missão de levar mais alegria às crianças internadas”, disse Verônica.

O projeto não ocorre de forma indiscriminada. A primeira regra é a criança querer e gostar de cachorro, além de não ter medo. A segunda é não ter restrição médica ao contato, como crianças alérgicas ou com problemas respiratórios, por exemplo, e os pais precisam autorizar. Só então a criança recebe a visita dos amigos peludos.

Os animais

Atualmente, três cães fazem parte do projeto, com o compromisso de levar alegria para as crianças nas tardes de sexta-feira.

Belinha é da raça Maltês, cheia de estilo, vaidosa e que adora cor-de-rosa. Ela é extremamente dócil e já conquistou os corações dos pequenos pacientes. Belinha é a cachorrinha da filha do gerente de segurança e transporte do HM, Antonio Silva Júnior, que também integra a comissão de humanização do hospital.

“É um trabalho muito gratificante pra gente. Ver uma criança que está tristinha no hospital fazer um carinho e abrir um sorriso quando interage com o cachorrinho, não tem preço”, disse.

Segundo ele, a filha entende e apoia o trabalho da Belinha às sextas-feiras. “Ela só fica enciumada porque a Belinha tem um crachá parecido com o meu. Ela fala para todo mundo que a Belinha trabalha com o papai e que ela queria trabalhar aqui também”, conta.

Outros dois cães fazem a alegria da criançada: a labradora Bruna e a pastora alemã Fraya. As duas são da Sociedade Valeparaibana de Cães Pastores Alemães (SVCPA), parceira do projeto.

Para o presidente da entidade, Luiz Cornélio de Aurélio, é uma satisfação levar alegria para as crianças. “Não tenho palavras para definir o que sentimos participando de um projeto como esse. Saber que um tempinho com nossos cães faz toda a diferença para essas crianças nos deixa honrados e muito felizes”, disse ele.

Histórico

A utilização de animais em ambientes hospitalares ocorre com frequência em hospitais nos Estados Unidos, há várias décadas. No Brasil, o método foi introduzido em 1997, pela veterinária e psicóloga Hannelore Zucks.

O objetivo da terapia é ajudar os pacientes a realizar atividades lúdicas que estimulam o equilíbrio, a fala, a expressão dos sentimentos, a imaginação e o autoconhecimento, utilizando o cão como mediador de todo o processo.

Estudos demonstram que, no ambiente hospitalar, o contato com os animais diminui a ansiedade e favorece o equilíbrio emocional, além de estimular a socialização entre os pacientes, familiares e profissionais de saúde

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