O mercado digital de alimentação segue em alta em todo o Brasil. É o que aponta um levantamento da Neotrust, consultoria que monitora 85% do e-commerce nacional.
Segundo a pesquisa, o faturamento do setor de alimentos e bebidas on-line passou de R$ 1 bilhão em 2019 para R$ 2,8 bilhões em 2021 e a expectativa é de que esse volume não pare de subir em 2022.
No Vale do Paraíba não é diferente e o setor acompanha o ritmo de crescimento, destacando-se em toda a região.
É o que diz o especialista em gastronomia e docente do Senac Taubaté, Ricardo Amâncio. Para ele, “há diversos estudos como este que relatam o crescimento deste mercado, até antes da pandemia, só que, depois dela, o aumento foi ainda maior”.
Muito disso se deve ao surgimento de novas oportunidades de negócios para o setor, como o movimento de Cloud Kitchens ou Virtual Kitchens, espaços compartilhados que podem receber várias empresas de alimentação simultaneamente. “Este é um movimento que está em alta, principalmente na capital, mas que agora chega com força total também ao Vale do Paraíba.
Nestes espaços são construídos grandes galpões e neles são montados vários tipos de cozinhas industriais, que são alugadas especificamente para os segmentos de fast-food e de entregas.
Ou seja, são restaurantes e lanchonetes com tudo (nomes, marcas, chefs, equipes), só que, na prática, não possuem estruturas físicas para atendimento presencial ao cliente e tornam-se negócios digitais, nos quais os consumidores só conseguem comprar o que é oferecido via aplicativos ou redes sociais”, afirma.
Outro fator que contribui muito para a expansão deste mercado de comércio on-line, de acordo com Ricardo Amâncio, é o de crescimento no número de empreendedores do ramo gastronômico, visto que diversas pessoas, em meio à pandemia ou outras dificuldades que enfrentaram, optaram por investir em alimentação – muitas delas, inclusive, vindo de outras áreas de atuação e mudando completamente o foco. “Isso vem acontecendo bastante.
Recentemente, por exemplo, estava ministrando um curso de pizzas e tive como alunos um casal de engenheiros, que saíram da empresa em que trabalhavam e decidiram se capacitar para investir em um delivery de massas e pizzas. E eles não são os únicos, quase metade dos alunos de gastronomia do Senac Taubaté trabalhava em outro setor e agora está apostando na área da alimentação”, acrescenta.
Para ele, há ainda mais um ponto importante que deve ser levado em conta quando avaliadas as razões pelas quais muitas pessoas optam por abrir negócios com foco no digital. “Muitas vezes, as pessoas, quando vão iniciar um negócio próprio, não possuem o investimento necessário para ter um espaço físico, algo que exige altos custos.
Somente para montar um food truck do zero (isso inclui comprar o veículo adequado e adaptá-lo), por exemplo, gasta-se, em média, R$ 100 mil.
Quando se já possui o veículo, o aporte é um pouco menor, mas ainda assim precisa prepará-lo da maneira correta e isso implicará em um investimento de, aproximadamente, R$ 40 mil.
Se for abrir um restaurante ou uma lanchonete propriamente dita pode acabar saindo até mais caro. Por isso, muitas pessoas optam por iniciar com foco em entregas e nas vendas on-line”.
A aparência conta – “Uma divulgação, com fotos e vídeos bem feitos, é fundamental para alcançar um bom desempenho nos canais digitais.
Acredito que, hoje em dia, cerca de 90% das vendas e propagandas do mercado gastronômico ocorram nas redes sociais. Por isso que fotos bem produzidas, coloridas e realçadas, o que chamamos de food design, fazem toda a diferença”, exalta o docente.
O Senac Taubaté possui diferentes cursos livres e técnicos para quem quer ingressar ou se especializar na área de Gastronomia e Alimentação. Boa parte deles, inclusive, conta com bolsas de estudos disponíveis: são cerca de 400 atualmente.
Serviço:
Senac Taubaté
Endereço: Rua Nelson Freire Campello, 202 – Jardim Eulália/Taubaté – SP
Informações: www.sp.senac.br/senac-taubate