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Marc Abreu comenta a relação entre solidão e doenças neurodegenerativas

(Foto: Unsplash)

Em estudo realizado pela revista científica JAMA Neurology, foi apontado que existe uma relação entre a solidão e o Parkinson, doença neurodegenerativa que afeta o controle de movimentos. * Durante o período de 15 anos, os pesquisadores analisaram 491.603 pessoas de um biobanco do Reino Unido.

Os resultados dessa análise revelaram que, os participantes que levavam uma vida mais solitária, tinham 37% mais chances de desenvolver Parkinson. Para comentar o tema, conversamos com o médico e especialista em doenças neurodegenerativas Dr. Marc Abreu, ele apontou que essa relação também está conectada com pessoas que apresentam doenças neuropsiquiátricas.

“Doenças neurodegenerativas, como o Parkinson, estão ligadas a outros fatores, sendo alguns deles genéticos e ambientais. Vale sim destacar que quadros neuropsiquiátricos podem levar a solidão e, consequentemente, a uma propensão no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas”, comentou Marc Abreu.

Outros estudos mostram também que pessoas acima de 65 anos estão mais suscetíveis a desenvolverem doenças neurodegenerativas. Quando recortados os quadros de Parkinson e Alzheimer, quase 80% das pessoas afetadas estão nessa faixa etária.

Como a solidão afeta a nossa mente?
A solidão aciona mecanismos neurológicos que aumentam a atividade do eixo HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), sistema responsável pelo controle do estresse, digestão, humor, sexualidade e a alocação do gasto de energia. “Nos indivíduos mais solitários, também acontece um aumento das respostas inflamatórias no cérebro, afetando o funcionamento cognitivo, incluindo aspectos como aprendizagem e resolução de conflitos”, completou o Dr. Marc Abreu.

A solidão impacta também na plasticidade comportamental e neural, que reduz a capacidade de compensar mudanças degenerativas, que acontecem naturalmente com o envelhecimento.

Viver de maneira solitária pode levar ao desenvolvimento de um modo contínuo de vigilância e proteção contra ameaças, aumentando o esforço mental e as dificuldades de aprendizagem. Além disso, a solidão pode levar a quadros depressivos e impactar na qualidade do sono.

Idosos são os mais afetados pela solidão
Apesar desse sentimento não escolher hora e nem faixa etária, os idosos são os mais afetados. Isso acontece por uma alteração natural do corpo e da mente com o processo de envelhecimento, mas também por conta de uma negligência social.

Um estudo intitulado “Solidão e sua associação com indicadores sociodemográficos e de saúde em adultos e idosos brasileiros”, realizado pela Unicamp com 8000 pessoas, mostrou que mais de um terço dos idosos apresentam sintomas depressivos e 16% sentem algum nível de solidão.

A pesquisa mostrou ainda que, os idosos que sentem solidão, têm quatro vezes mais riscos de desenvolver depressão e outros quadros neuropsiquiátricos.

Como combater essas doenças?
Apesar da idade ser um fator natural e não modificável para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, é preciso focar em aspectos que podem ser alterados e que retardam o surgimento dessas doenças.

“Comece reduzindo o consumo de álcool, faça atividade física, procure dormir bem, participe de novas atividades e crie novos vínculos sociais”, indica o Dr. Abreu.

Solidão e a saúde mental
Para pessoas que possuem depressão, a sensação de solidão é dez vezes maior, além disso, esse sentimento pode estar ligado a outros transtornos psiquiátricos. Pesquisas apontam que a tendência suicida aumenta em 17 vezes nas pessoas solitárias e com problemas de saúde mental.

Alguns especialistas revelam que, pessoas solitárias, tendem a ver o ambiente social como algo ameaçador, além de terem expectativas negativas sobre interações e eventos sociais. Em quadros mais graves, as pessoas podem evoluir para um nível paranoico, passando a achar que interações são negativas, ficando hiper vigilantes em relação ao ambiente externo.

Quem é Marc Abreu?

Marc Abreu, médico e diretor médico do Instituto BTT para Hipertermia Avançada Guiada pelo Cérebro. (Foto: Arquivo pessoal)


Marc Abreu, médico e diretor médico do Instituto BTT para Hipertermia Avançada Guiada pelo Cérebro, é um profissional polivalente, com formação em cirurgia, oftalmologia e física, além de expertise em diversas áreas da medicina e pesquisa. Ele já foi parte do corpo docente em instituições renomadas como Harvard e Yale, contribuindo significativamente para a pesquisa em termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias.

Suas inovações incluem o sistema Abreu BTT 700, a descoberta do Túnel Térmico Cerebral e tecnologias licenciadas para empresas líderes.

O Instituto Médico BTT, fundado por Abreu, é pioneiro no tratamento de doenças neurológicas e câncer através da hipertermia avançada orientada pelo cérebro, consolidando seu legado de progresso e inovação nessas áreas.

* Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2024/01/23/qual-relacao-entre-solidao-e-parkinson-ou-outras-doencas-neurodegenerativas.htm

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