O Brasil tem um novo medalhista olímpico no boxe. Trata-se de Abner Teixeira (91kg), que derrotou na sexta-feira, dia 30, o jordaniano Hussein Ishaish, em combate válido pelas quartas de final dos pesos pesados. Com o resultado, o paulista de 24 anos avançou à semifinal e já garantiu, no mínimo, a medalha de bronze, pois não há disputa de terceiro lugar no boxe.
“Não estou tranquilo por que já tenho uma medalha. Ainda estou na guerra. Só quando acabar, quando eu estiver no pódio, se deus quiser com a medalha de ouro. Primeiro round o cara veio que nem um trator para cima de mim. A gente sabia que ele iria fazer isso, mas mesmo assim eu não esperei. No terceiro round eu sabia que teria que detonar, a medalha olímpica estava em jogo. Chegou uma hora em que ele estava cansado, e ai foi só continuar batendo no mesmo lugar, incomodando e mostrando que eu estava ali”, disse o brasileiro.
Abner volta ao ringue no dia 3 de agosto, às 18h50 (6h50 no horário de Brasília), contra um dos melhores pugilistas da atualidade: o cubano Julio César La Cruz, atual campeão olímpico e tetracampeão mundial.
Pouco antes de Abner, na abertura da sessão noturna, a campeã mundial Beatriz Ferreira (60kg) estreou bem nos Jogos Olímpicos. Vitória por unanimidade contra Shih-Yi Wu (Taipei) e vaga nas quartas de final. Caso volte a vencer, Bia repetirá Abner e terá ao menos a medalha de bronze assegurada.
“Não foi fácil (a estreia). Estava pronta, confiante e conseguindo executar o que estudamos o tempo todo. Não é que não me surpreendeu, é que imaginamos que seria assim”, disse a pugilista, que ainda falou sobre a sensação de disputar os Jogos: “É maravilhoso estar aqui. Estava louca para estrear. Demorou um pouquinho, mas agora vai embicar e acabar rapidinho.”
A única derrota do dia veio justamente na primeira luta. Keno Marley (81kg) encarou o britânico Benjamin Whittaker, campeão europeu em 2018 e bronze no Mundial de 2019. Enquanto dois árbitros apontaram vitória do brasileiro por 29 x 28, outros três decidiram pela vitória do adversário, com placar idêntico.
“Foi uma luta boa, contra um bom adversário. O inglês tem bastante história no boxe, e estou feliz com o resultado que consegui. Apesar da minha pouca idade, consegui acumular bagagem para fazer o meu primeiro ciclo olímpico tão bem. Tenho esse ano o Mundial Militar e o Mundial de boxe. Tem Paris em 2024 e, quem sabe, até dois ciclos olímpicos pela frente. Vamos continuar o trabalho para termos resultados melhores em Paris,” finalizou Keno.