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Pindamonhangaba: 312 anos de história e crescimento no Vale do Paraíba

Pindamonhangaba está completando nesta segunda-feira, dia 10 de julho, 312 anos de emancipação político-administrativa. Localizada no Vale do Paraíba e conhecida como a Princesa do Norte, a cidade está em constante crescimento e desenvolvimento e, neste 10 de julho, comemora mais um ano dessa história de sucesso.

História misturada com a história do Brasil, com grandes nomes, grandes personalidades, pessoas e um ar acolhedor a todos. Parabéns Pindamonhangaba, cidade-sede do PortalR3

Um pouco da história da Princesa do Norte
No artigo abaixo, o historiador e escritor, Dr. Francisco Piorino Filho, conta um pouco desta história secular.

Pindamonhangaba completa 312 anos de EMANCIPAÇÃO POLÍTICA, liberdade esta, dos laços que nos ligávamos a Taubaté, conquistada após lutas e lutas de bravos e extraordinários pindamonhangabenses que, no ano de 1704, iniciaram uma verdadeira batalha diplomática para conseguir a grande vitória, obtida em 1705.

Pindamonhangaba (Foto: PortalR3)

O livro histórico do saudoso historiador Rômulo Campos D’Arace, editado em 1954, em homenagem ao Quarto Centenário de São Paulo, intitulado Retrado da “Princesa do Norte”, traz valioso histórico dessa extraordinária conquista da gente pindamonhangabense, de cujo conteúdo apresentamos um resumo.

Segundo o historiador; e de nossa parte acrescentamos algum detalhe a guisa de atualização, ” A povoaçãojá crescera intensamente, esparramando-se em torno da Capela, e derramando-se pela colina até o ‘porto’, nas margens do rio Paraíba, onde foi o Largo do Porto e hoje é o Bosque da Princesa; parada certa dos que desciam o rio.Já havia uma tendência para a formação de um bairro residêncial, na platibanda onde se instalara o primeiro núcleo da povoação, caminhando em direção ao riacho Tabaú; e onde os mais abastados e influentes começavam a edificar seus sobradões de taipa de pilão; enquanto ao longo do ‘porto’ se instalariam as primeiras casas de comércio variado.

A Capela, construída segundo o historiador em 1672, ano da fundação da cidade, recebeu a denominação de Capela de São José, edificada então onde hoje temos a praça da República, assim conhecida (mas hoje denominada oficialmente de ‘Padre José de Faria Fialho), quando aqui vieram os irmãos Bicudo Leme.’, também já era insuficiente para abrigar toda a gente, nos dias em que vinha da Vila de Taubaté,e, por isso, agora sob a direção do ‘O Via Sacra’ (Antonio Bicudo Leme)e de seu neto, o padre João de Faria Fialho, já se iniciara a construção de outra maior e mais vistosa, ali onde também se alevantavam as novas moradias dos mais opulentos, atravessando os tempos até nossos dias, representada pela capela-mor da atual igreja matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso”.

Mas, passemos à frente e vamos à “batalha” entre pindamonhangabenses e taubateanos sobre a nossa Emanciapação.Pindamonhangaba que era cognominada de “Freguesia de São José”, dada a sua evolução, teve nos seus representantes da época, a visão de que poderia ser elevada a VILA, tendo como outras justificativas a certeza de que o Governador apreciaria a iniciativa de Manuel da Costa Leme, pois iria facilitar o escoamento do ouro para o porto do Rio de Janeiro e daí para a Côrte.

Assim, os pindamonhangabenses conseguiram passar à categoria de VILA, desmembrando-se de da Vila de Taubaté. Mas, os taubateanos não satisfeitos foram até o Rio de Janeiro e depois a Portugal a fim de obter de D.Pedro II, a declaração de nula a criação da Vila pedindo a punição dos culpados, especialmente da Comissão que representava os pindamonhangabenses. Acontece que, apesar do pleito dos taubateanos, a Rainha D. Catharina, viúva de Carlos II da Inglaterra e irmã de D.Pedro II que se encontrava enfermo, e, em estando na regência, ouviu ambas as reivindicações. O problema era por demais intricado e,o Conde Alvor comunicou às delegações que a rainha iria estudá-lo devidamente, remetendo depois para o Brasil a necessária Carta Régia, deliberando definitivamente sobre a momentosa questão. Porém antes que os emissários de ambas as partes, irmanandos regressassem para a colônia, os pindamonhangabenses receberam um recado furtivo do Palácio de Bemposta, notificando-os da vitória de sua causa.

De fato, no ano seguinte, o recado furtivo, foi confirmado, com o recebimento de uma Carta Régia, datada de 10 DE JULHO DE 1705, criando a VILA DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO DE PINDAMONHANGABA.

Sabiamente, a rainha anulara a criação da Vila de São José, atendendo dessa forma à reibindicação dos taubateanos, e criara a Vila de Nossa Senhora do Bom Sucesso, datisfazendo, apenas, com a modificação do nome primitivo. Eis o teor da Carta Régia, emancipando politicamente Pindamonhangaba, transcrita tal qual o original da época:

OUVIDOR GERAL DA CAPITANIA DE SÃO PAULO
” Eu a Rainha da gram Bretanha, infanta de Portugal vos envio muito a saudar. Havendo visto a conta que me destes da resolução que tomarão os moradores da freguezia de Pindamonhangaba, termo da Villa de Taubaté, capitania de Conceição Levando em villa a dita freguezia Com a Envocação de Nossa Senhora do Bom Suceço nomeando juízes e Officiaes da Camara. E o que obrastes sobre este particular E me escreveram o Governador do Rio de Janeiro e moradorees de dita freguezia.Com os mais papeis que remettestes por parte dos offciaes da Camara de Taubaté me pareceo ordenarvos passeis logo a dita freguezia de Pindamonhangaba chameis a vossa presença os principaes delas e da minha parte lhes estranheis ,muito a culpa que cometteram em fazerem villa sem permissão minha por ser isto só de meu poder Soberano e lhes insinuareis que atendendo a ignorancia que alegarão e perdão que me pedirão estando de minha real clemencia lhe faço mercê de os relevar do castigo que merecião e que pello querer a Comodar Hei por bem que crieis de novo a dita villa. Com jurisdição separada com apelaçam e Aggravo para o Ouvidor geral dessa capitania me demarqueis termos sem prejuizo da villa de Taubaté e em quanto o congroa do Vigario geral de Taubaté ser pago pellos dizimos reaes da mesma villa me pareceo dizervos se não pode deferir por hora. Em quanto não mostrar carta de vigario passado pelo Tribunal da mesa de Cossiencia e ordens aonde toca consultar, a Criação de Semelhantes vigarias e com ella requerer pelo Conselho Ultramarino alvará de mandimento para ser pago na folha eclesiastica da ordinaria e Com graça que se lhe comutar, Escrita em Lisboa a des de jJlho de mil e mil sete Sentos e cinco RAINHA CATHARINA. O CONDE ALVOR PRESIDENTE. Para o Ouvidor Geral de S.Paulo”.

“Não se consinta mais na dita carta aquin registrada bem e fielmente sem cousa alguma que duvida faça. Pindamonhangaba des de Julho de mil e sete Sentos e seis annos. Francisco Rodrigues de Souza”.

Com a Carta acima, Pindamonhangaba estava definitivamente EMANCIPADA e neste ano de 2017 comemora o seu 312º Aniversário!

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