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Caraguá recebe pré-estreia de espetáculo da Cia. Deborah Colker

Criada em 1994, a companhia subiu pela primeira vez no palco junto com o Momix, grupo do renomado Moses Pendleton, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. (Foto: Divulgação/PMC)

O Teatro Mario Covas irá receber, no dia 18 de maio, às 20h, a pré estreia nacional do espetáculo “Cão Sem Plumas” da Companhia Deborah Colker. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados antecipadamente no teatro.

Criado pela renomada coreógrafa Deborah Colker, responsável pelo único espetáculo de dança na Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, e pela coreografia do espetáculo Ovo do Cirque Du Soleil. Deborah faz em Cão Sem Plumas, baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto (1920-1999), seu primeiro espetáculo de temática explicitamente brasileira. A estreia internacional acontece em 3 de junho, no Teatro Guararapes, em Recife.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”.

A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno. “O espetáculo é sobre coisas inconcebíveis, que não deveriam ser permitidas. É contra a ignorância humana. Destruir a natureza, as crianças, o que é cheio de vida”, diz Deborah. A dança se mistura com o cinema.

Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longas-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 13 bailarinos. As imagens foram registradas em novembro de 2016, quando coreógrafa, cineasta e toda a companhia viajaram durante 24 dias do limite entre sertão e agreste até Recife.

Lá, realizaram oficinas com moradores de seis cidades para aprender sobre as manifestações culturais da cidade. Conheceram a seca, entraram no mangue, foram em favelas onde pessoas vivem sobre o lixo.

A jornada também foi documentada pelo fotógrafo Cafi, nascido em Pernambuco. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (ex-cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, Vulcão (1994).

Outros antigos parceiros estão em cenografia e direção de arte (Gringo Cardia) e na iluminação (Jorginho de Carvalho). Os figurinos são de Claudia Kopke. A direção executiva é de João Elias, fundador da companhia. Os bailarinos se cobrem de lama, alusão às paisagens que o poema descreve, e seus passos evocam os caranguejos.

O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro (1908-1973), autor de Geografia da fome e Homens e caranguejos, e do cantor e compositor Chico Science (1966-1997), principal nome do mangue beat. O movimento mesclava regional e universal, tradição e tecnologia. Como Deborah faz. Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jogo, kuduro e outras danças populares. “Minha história é uma história de misturas”, afirma ela.

Em Cão Sem Plumas, Deborah reúne aspectos de toda a sua carreira.

Companhia de Dança Deborah Colker

Criada em 1994, a companhia subiu pela primeira vez no palco junto com o Momix, grupo do renomado Moses Pendleton, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro na Primeira mostra O Globo em Movimento.

Após dois anos de sua criação a companhia foi contemplada com um patrocínio exclusivo da Petrobras e já ocupava sede própria. No mesmo ano estreou internacionalmente com o Espetáculo Mix.

A companhia conquistou diversos prêmios entre eles o de ser o primeiro grupo brasileiro a receber o Laurence Olivier Award 2001 na categoria “Outstanding Achievement in Dance” (realização mais notável em dança), concedido pela Society of London Theatre.

Coreógrafa Deborah Colker

Deborah é carioca. Iniciou-se na dança contemporânea como bailarina do Coringa, da uruguaia Graciela Figueiroa, grupo que marcou época no Rio de Janeiro dos anos 1980.

Em 1984, a convite de Dina Sfat, atriz de contornos mitológicos na cena teatral brasileira, deu início àquela que seria a principal vertente de sua carreira nos dez anos subsequentes: diretora de movimento – expressão especialmente cunhada para ela pelo encenador Ulysses Cruz para sublinhar a relevância de seu trabalho no resultado final de algumas dezenas de espetáculos de teatro com que colaborou neste período.

A rubrica, que acabaria se incorporando ao jargão cênico brasileiro, aplica-se também, e com precisão, ao papel que desempenhou, por exemplo, na criação dos movimentos dos bonecos-cachorros da TV Colosso – um marco na programação televisiva infantil brasileira dos anos 1990.

Antes ou depois de fundar, em 1994, a companhia que leva seu nome, Deborah Colker imprimiu sua marca ainda em territórios tão distintos quanto o videoclipe, a moda, o cinema, o circo e o showbiz. Inscreveu seu nome, também, na história do maior espetáculo de massa do planeta: o desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, símbolo maior do carnaval carioca.

Foi responsável por dar vida ao único espetáculo de dança a figurar na grade de atividades culturais da Copa do Mundo 2006, na Alemanha: Maracanã – incorporado mais tarde ao repertório da Cia Deborah Colker sob o título de Dínamo.

Em 2009, assinava a criação do novo espetáculo do Cirque de Soleil – Ovo, uma viagem lúdica pelo mundo dos insetos.

Uma das maiores honras, ser Diretora de Movimento das Olimpíadas do Rio 2016, mostrando um espetáculo visual representativo da energia do povo brasileiro. Espetáculo este que também incluía elementos icônicos de trabalhos dela como coreógrafa.

Serviço:

Espetáculo Cão Sem Plumas, com a Cia. Deborah Colker

Data: Quinta-feira, 18/5

Horário: às 20h

Local: Teatro Mario Covas (Av. Goiás, 187, Indaiá)

Ingressos: Entrada Franca | Distribuição de ingressos uma hora antes do espetáculo, na bilheteria do teatro.

Classificação: Livre

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