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Falando de Trova: O despertar da trova em minha vida

Eulinda Barreto Fernandes: 69 anos no ano de 2015 – Bauru - SP. (Foto: divulgação)
Eulinda Barreto Fernandes: 69 anos no ano de 2015 – Bauru – SP. (Foto: divulgação)

* Sempre que recebia cartas de minha prima-irmã Therezinha, notava que atrás dos envelopes, havia uns versos. Ficava encantada! Sempre gostei de poemas, poesias, versos, tudo o que rima…
Principalmente as dela: – Eram pequenos, mas diziam tudo! No ano de 1999 recebi uma carta de minha prima, (escritora, trovadora, poetisa, professora etc.) e no envelope havia uns versos, referindo-se à sua mãe que falecera havia pouco tempo. Diziam assim:

Sempre meigo, às vezes triste,
foi razão do meu viver.
Sorriso igual, não existe,
só minha mãe soube ter!
Therezinha Dieguez Brisolla

Respondi sua carta, e escrevi estes versos:

Foi razão do seu viver,
sua mãe, com seu sorriso.
Nesse instante, pode crer,
ela está no paraíso.

Logo em seguida ela me escreveu, dizendo que estava feliz, porque eu fizera uma trova. Que era um dom de Deus. E disse mais: -Todo trovador é poeta e nem todo poeta é trovador.

Tive alguns erros nos versos, mas aos poucos, por carta ela me ensinava a MÉTRICA (regras). Só então aprendi que esses versos pequenos eram TROVAS. Trata-se de uma composição poética de quatro versos, cada qual com sete sílabas. O final do primeiro verso tem que rimar com o terceiro, o final do segundo tem que rimar com o quarto verso.

Comecei então, incentivada pela secretária da igreja que frequento, a fazer trovas todos os meses, referentes às datas que ela me pedia. Sou católica praticante…

A primeira…FINADOS…desafio…
O bom Deus nos deu a vida
e, mesmo depois da morte,
espero… em minha partida,
merecer a justa sorte.

E…assim foi. Em março de 2003, minha prima me deu todas as coordenadas para participar do primeiro concurso de trovas, de Bauru. O julgamento foi em agosto, a premiação e exposição em setembro. Tínhamos o direito de mandar três trovas.
Fiquei sabendo das classificações, só na hora da cerimônia. Para minha surpresa, fui classificada, não com uma trova e sim com duas!

Tema : TROVADOR
Na vida de um trovador
há sentimentos variados
e é da alegria e da dor,
que faz seus versos rimados.

Depois que o mundo criou,
fez o homem… e, sonhador,
Deus deu-lhe um dom e o ensinou
e ser poeta e trovador.

Em todos os concursos, dos quais participei em Bauru, consegui classificação. Em 2006 o tema foi Itália, em âmbito Nacional/Internacional e Estadual. Fui a única de Bauru, classificada. E aqui tem feras!

Usava a máquina de datilografar….

Incentivada por meu filho, a usar o computador para arquivar as trovas, gostei da ideia, mas contei com seus ensinamentos e paciência para ensinar-me. Aperfeiçoei-me na formatação, pesquisando sozinha, para propagar a trova no ORKUT e agora no FACEBOOK.
Participei do projeto “ TROVA LINGUAGEM DA ALMA” , da Escola Antonio Guedes de Azevedo, com as professoras de português Andrea Biondo e de História ( minha filha) Luciane Maria Fernandes Pereira e fui a palestrante. Esse projeto visava ensinar os alunos as regras da trova. Teve exposição das trovas feitas e a festa em homenagem às avós, com a presença da delegada da UBT- Bauru, Ercy Maria Marques Faria.

No ano de 2014, por incentivo da minha prima Therezinha, participei de alguns concursos Nacionais, Internacionais, de vários temas. Para surpresa minha, fui classificada em NOVA FRIBURGO- RJ ( o Berço da Trova ) com o TEMA PASSEIO, aí eu senti a dimensão desse movimento trovadoresco.

Recentemente em Santos, com o Tema PÁGINA, classifiquei-me em primeiro lugar. A maioria pertence a Academias de Letras e todos com nível superior.

A TROVA me fez crescer, aperfeiçoar o português, conhecer pessoas reais, virtuais, virtuais e depois reais.

A lição que tiro dessa minha jornada: NUNCA É TARDE PARA APRENDER E REALIZAR NOSSOS SONHOS!!!

Eulinda Barreto Fernandes: 69 anos no ano de 2015 – Bauru – SP

* (depoimento de Eulinda Barreto Fernandes – Bauru/SP)

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