fbpx
publicidade
𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

VÍDEO: Restauro da Igreja São José em Pinda custará mais de R$ 6 milhões

A prefeitura de Pindamonhangaba realizou no dia 2 de setembro, um reunião pública para apresentar detalhes do projeto de restauro da Igreja de São José, que é considerada um marco histórico e arquitetônico da cidade e que no próximo dia 8, completa 166 anos de existência.

A igreja está com sérias avarias em sua estrutura e corre o risco de desabar. Um projeto de restauro, iniciado em 2010 e orçado em R$ 6.234.628,50, caminha agora em duas esferas, uma estadual e outra federal.

De acordo com a representante da empresa Paulicéia Arquitetura e Restauro, que fará a restauração, após ter o dinheiro em caixa, as obras devem levar aproximadamente 2 anos para serem concluídas. (Veja a reportagem completa no vídeo acima).

IGREJA SÃO JOSÉ: 166 ANOS DE EXISTÊNCIA EM PINDAMONHANGABA

Por Altair Fernandes

A igreja ou capela de São José é considerada marco histórico e arquitetônico, ainda que ao longo de quase 17 décadas em seu interior e exterior tenham se verificado obras que descaracterizaram a originalidade de suas formas. Uma delas, ocorrida em 1905 e citada por Athayde Marcondes em Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Séculos (Tipografia Paulista, São Paulo, 1922).

Igreja de São José em Pindamonhangaba. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)
Igreja de São José em Pindamonhangaba. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)

Como templo católico, o dia 8 de setembro de 1848 ficou registrado na história de Pindamonhangaba como a data de sua inauguração solene. Nesta segunda-feira (8), completa 166 anos de existência. Tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico Artístico e Turístico  do Estado de São Paulo – resolução nº 15, de 11/7/1983 –  o prédio representa as raras construções locais remanescentes do século XIX.

Funcionou como  igreja matriz do município de 21 de junho a 15  de outubro de 1910, período em que foram realizadas obras de restauros decorativos no interior da igreja dedicada à Senhora do Bom Sucesso (Tribuna do Norte, 2/6/1910).

Zelada pela Congregação de São Francisco da 3ª Ordem Seráfica, além de sua condição de prédio histórico, a histórica capela abriga o Panteão de Pindamonhangaba. Em seu interior, um túmulo perpetua a memória dos pindamonhangabenses  que integraram a Guarda de Honra de Pedro I.

A ORIGEM
Segundo Athayde Marcondes (obra citada acima), esta igreja foi edificada pela família Godoy, tendo à frente o padre João de Godoy Moreira. Sua construção, iniciada em 1840, teve a finalidade de substituir a primitiva capela de São José, que se localizava na atual praça Padre João de Faria Fialho ou Largo do Quartel, com a frente voltada para a matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso. Essa capela corria o risco de vir a se desmoronar e resolveu-se que a decisão mais sensata seria edificar outra em outro lugar em vez de reedificar a antiga. O local escolhido acabou sendo denominado  Largo São José, a praça Barão do Rio Branco.

Altar principal. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)
Altar principal. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)

Concluídas as obras de sua construção, uma petição assinada pelo pároco João Nepomuceno de Assis Salgado foi enviada ao vigário capitular da Diocese à qual a paróquia de Pindamonhangaba era subordinada. Em seus escritos o vigário local dava conta dos motivos pelos quais se erigira uma nova capela de São José e em local diferente; solicitava ao vigário capitular que  concedesse ao padre João de Godoy Moreira a faculdade para benzer a referida igreja, para que ali pudessem ser celebrados o Santo Sacrifício da Missa e outros ofícios santos, e que também considerasse as habilitações da antiga capela. Para tanto, enviava anexo à petição, um documento atestando que “a Igreja do Patriarca S. José era benta e nela se celebrava todos os ofícios Divinos”, mas que havia caído, daí  terem erguido outra, em outro lugar, “decentemente construída”, para também ser abençoada e dar continuidade às celebrações.

De acordo com Athayde, o pedido foi enviado em 17 de agosto e o  vigário capitular deu seu parecer favorável em documento datado de 1° de setembro de 1848.

A CAPELA PRIMITIVA
Sobre a citada primeira capela de São José, que se localizava na atual praça Padre João de Faria Fialho, registra Athayde Marcondes que teria sido erigida pelos irmãos Brás e Esteves Lemes. Teriam sido estes os fundadores de Pindamonhangaba, cuja povoação teria surgido primitivamente com o nome de São José. Somente com a emancipação política e administrativa que a desmembrou de Taubaté, em 1705, é que passara a invocar o nome Nossa Senhora do Bom Sucesso (Vila Real de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Pindamonhangaba).

Pindamonhangabenses que integraram a Guarda de Honra de D. Pedro estão enterrados na igreja. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)
Pindamonhangabenses que integraram a Guarda de Honra de D. Pedro estão enterrados na igreja. (Foto: Luis Claudio Antunes/PortalR3)

Conforme Athayde,  a igreja matriz (Santuário Mariano) surgiu devido ao aumento da população e a consequente necessidade de construírem uma igreja maior, ficando na “matriz velha” (capela de São José), “por ordem do bispo D. Antônio de Guadalupe, uma imagem de São José”. A primitiva igreja São José teria cerca de 160 anos de existência quando foi demolida, fato ocorrido após a construção da igreja no Largo São José.

CONTROVÉRSIAS                                                     
No entanto, em  Os Alicerces de Pindamonhangaba – Um resumo sobre a história primitiva da cidade (1995), José Lelis Nogueira, que assim como o historiador Benedito Waldomiro de Abreu, considera sem fundamento afirmar que Pinda teve fundador (ver página de história, TN, 6/7/2007), cita que a igreja construída na atual praça Padre João de Faria Fialho fora erigida pelo padre cujo nome passou a denominar aquele logradouro, não pelos irmãos Lemes; e que também funcionava sob a invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso, não de São José.

Para Lelis, com a inauguração da igreja matriz em 1707 (na época  ocupando uma área correspondente à parte dos fundos do atual Santuário Mariano Diocesano), “a igreja primitiva foi sendo esquecida, presumindo-se que  a imagem da padroeira tenha sido transferida para a igreja nova”.

Lelis sustenta esta afirmação fazendo referência a uma visita feita a Pindamonhangaba pelo 4º bispo do Rio de Janeiro, D. Antonio de Guadalupe  em 1717. O bispo teria deixado “interessantes anotações no Livro de Visitas da Matriz, entre as quais a afirmação de ter aqui encontrado uma igreja nova e uma outra abandonada, sem ornatos, destituída de orago, ou seja, sem a imagem do padroeiro” (a primitiva igreja matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso).  Ele teria então entregue “uma importância à autoridade da Vila para a reforma da igreja velha e aquisição de uma imagem de São José, a ser colocada em seu altar-mor, ordenando fosse a referida igreja, daí por diante denominada Igreja de São José”. Complementando, Lelis cita na obra já mencionada, que essa igreja “foi demolida em 1840 e construída uma outra igreja de São José”, a da praça Barão do Rio Branco.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo